Falando apenas
da agricultura que tem por suporte o solo (o que exclui a hidroponia), se
surgir um indício de praga ou doença nas plantas, o que fazer?
Em agricultura convencional, opta-se por
combater essa mesma praga ou doença aplicando produtos comerciais que em modo
de tratamento, vão eliminar no imediato os organismos causadores dos danos,
potenciando ao longo do tempo não só o desequilíbrio do ecossistema como o
aumento da população desses organismos, uma vez que se vão tornando mais
resistentes às aplicações dos fitofármacos. Neste caso, aposta-se no efeito
curativo.
Já em agricultura biológica, opta-se por
métodos preventivos para evitar ou minimizar o aparecimento de pragas e
doenças, como:
- melhoria das
condições do solo, que é a base para a nutrição das plantas;
- utilização
de adubos orgânicos (que está relacionada com o ponto anterior);
- utilização
de variedades regionais mais adptadas às condições edafo-climáticas;
- utilização
de espécies mais resistentes a determinadas doenças;
- prática de
rotações e consociações de culturas (é muito comum o termo plantas antagónicas vs. plantas companheiras);
- promoção da
biodiversidade, no que respeita à fauna e flora, incluindo os “insectos auxiliares”,
através por ex. da instalação de sebes vivas ou bandas de compensação ecológica;
- ...
Assim, é
importante:
*Reconhecer quais as pragas que causam
maiores danos à cultura, para que o
agricultor possa adoptar práticas que incentivem a reprodução dos seus
principais inimigos naturais, ou que criem condições ambientais desfavoráveis à
multiplicação do organismo indesejável;
*Reconhecer
os inimigos naturais da cultura
(diversos insectos, fungos e bactérias) como agentes que podem actuar beneficamente no controle biológico das principais pragas e doenças;
(diversos insectos, fungos e bactérias) como agentes que podem actuar beneficamente no controle biológico das principais pragas e doenças;
*Monitorizar a presença de pragas - através
da contagem de ovos, larvas, lagartas e organismos adultos (no caso de insectos)
e doenças fúngicas ou bacterianas – através da observação das plantas.
A utilização
destas práticas mais sustentáveis permite um maior equilíbrio ecológico, uma
vez que se considera o sistema como um todo.
No entanto, a
persistência de determinadas pragas e doenças no ambiente é comum e nem sempre
é suficiente a adopção de medidas preventivas.
Neste contexto, a aplicação móvel OpenPD (que pode descarregar gratuitamente em http://www.openpd.eu/), é uma ferramenta de grande
utilidade, uma vez que potencia de forma simples e rápida a identificação de
pragas e doenças, através do apoio da comunidade que a suporta – agricultores,
técnicos e académicos.
Fontes:
http://planetaorganico.com.br/site/index.php/controle-agroecologico-de-pragas-e-doencas/
http://cultivehortaorganica.blogspot.pt/2011/12/agricultura-organica-x-agricultura.html
http://cultivehortaorganica.blogspot.pt/2011/12/agricultura-organica-x-agricultura.html
https://www.google.pt/search?q=agricultura+convencional+x+agricultura+organica&rlz=1C1QJDA
Penso que as diferenças enunciadas, relativas à atitude da agricultura "convencional" face à "biológica", quanto ao controlo das pragas e doenças pode gerar equívocos. É verdade que na agricultura "biológica" estão proibidos os produtos de síntese, mas todas as outras medidas - apontadas apenas como usadas pela AB - podem ser, e são de facto, usadas em agricultura "convencional" pelos agricultores mais informados, nomeadamente: melhoria das condições do solo, utilização de adubos orgânicos; utilização de variedades regionais mais adptadas às condições; utilização de espécies mais resistentes a determinadas doenças; prática de rotações e consociações de culturas; promoção da biodiversidade, no que respeita à fauna e flora, incluindo os “insectos auxiliares”. Obviamente, por razões sobretudo sócio-culturais, os agricultores "biológicos", além de legalmente obrigados a recorrer a estas técnicas, estão naturalmente mais receptivos à sua aplicação que muitos agricultores "convencionais", mas nada impede que estes apliquem estas técnicas quando são suficientemente informados e tenham experiência comprovada da sua utilidade.
ResponderEliminarTambém quanto aos cultivos hidropónicos, parece haver alguma marginalização quando na realidade a sua não consideração como modo "biológico" de produção é meramente uma questão ideológica. Recorde-se que um dos motivos principais do desenvolvimento de cultivos sem solo foi lutar contra as doenças do solo sem ter de recorrer a produtos químicos de forma intensiva. Pode produzir-se sem solo de forma tão ou mais ecológica do que no solo, porque o controlo das pragas e doenças é feito de forma idêntica ao cultivo no solo, e até de forma mais fácil; nas culturas aplica-se menos água e consome-se muito menos energia para o controlo da vegetação espontânea.
A aplicação OpenPD pode ser também muito útil ao agricultores sem solo, muitos dos quais, devido à pressão dos mercados para onde produzem, recorrem cada vez menos a produtos químicos de síntese.
Em resposta ao comentário, o Modo de produção biológico utiliza o solo como suporte fisico-químico, ou seja, suporte físico para as plantas se fixarem e químico utilizando os recursos de nutrientes e hídricos dos solos em questão, tendo como preocupação uma melhoria das condições dos solos visando a possibilidade de plantações futuras. Para além deste aspeto e num solo equilibrado a vegetação espontânea tem grande importância como abrigo de insetos auxiliares ou funcionando como fator repulsivo de insetos nefastos às culturas em questão.
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