Como
todas as pragas, esta também tem um nome científico que não é fácil de fixar Rhynchophorus ferrugineus, mas o seu
nome comum é conhecido de todos – escaravelho
das palmeiras. Este insecto, que pertence à ordem dos Coleópteros tem
origem nas regiões tropicais do sudeste asiático e Polinésia e no nosso país,
ataca principalmente a palmeira das Canárias (Phoenix canariensis), sendo menos frequentes os ataques em
tamareira (P. dactylifera) e Washingtonia sp..
Em Portugal, este
besouro devorador apareceu primeiro no Algarve mas num curto espaço de tempo e
de forma descontrolada dispersou-se, chegando do Sul ao Norte e atravessando o
oceano, também já se instalou na Madeira (os Açores parecem ser ainda uma
excepção).
Bioecologia:
A
praga nem sempre é fácil de detectar uma vez que se alimenta no interior da palmeira, durante 3 a 4 meses, o tempo
que o insecto demora a desenvolver-se. Isto significa que R. ferrugineus pode ter pelo menos três gerações por ano,
compreendendo o seu ciclo de vida 4 fases de desenvolvimento,
ovo-larva-pupa (casulo)-adulto.
Cada fêmea põe 200 a 300 ovos e uma palmeira pode albergar até
1000 indivíduos prontos a voar, quando não há alimento. E assim se dá a
colonização de outros exemplares arbóreos, dado que os adultos podem voar
longas distâncias (entre 5 a 10 km sem parar e contra o vento).
Sintomas:
Os
aspectos sintomatológicos são devidos à actividade alimentar das larvas nos
tecidos do hospedeiro e só podem ser visíveis, após três meses, até mais de um
ano, desde o início da infestação.
Alguns
exemplos:
-
orifícios e galerias na base das folhas, podendo conter larvas e casulos;
-
folhas jovens com parte dos folíolos comidos, formando aberturas
características (em forma de V ou truncadas);
-
coroa com aspecto achatado no topo, devido ao descaimento das folhas centrais
que amarelecem e caiem (aspecto tipo “chapéu-de-chuva”);
-
presença de exsudação viscosa junto aos orifícios de saída das larvas e restos
de fibras associados à fase de pupação.
Pode
ainda:
-
ouvir-se um ruído produzido pela
actividade alimentar das larvas, em especial quando as populações no interior
da planta são muito elevadas;
-
sentir-se um odor característico, resultado da putrefacção dos tecidos internos
da planta.
Medidas a tomar (preventivas
ou de combate):
- evitar todo o tipo de feridas, uma vez que
as lesões propiciam os ataques (as podas devem ser realizadas no período mais frio, de Novembro a Fevereiro, quando a praga está
mais inactiva);
-
é recomendável aplicar uma pasta cicatrizante com acção fungicida e insecticida
nos cortes que se efectuem;
-
evitar a realização de novas plantações nas zonas afectadas, com as espécies
susceptíveis à praga;
-
utilizar armadilhas com atractivos para a captura de adultos, é uma prática que
tem vantagens acrescidas, quer ao nível da monitorização quer ao nível da
captura em massa;
-
abate dos exemplares afectados, devendo os residuos ser destruídos por trituração, queima ou enterramento.
Também
se podem realizar tratamentos preventivos, com pulverizações alternadas, com
periodicidade a variar entre os 30 e os 45 dias, em função da pressão da praga,
utilizando nemátodos entomopatogéneos e insecticidas com uso autorizado em
palmeiras.
Pelo
facto de estes tratamentos serem caros tem que se estudar o custo/benefício
desta intervenção face ao valor patrimonial de cada exemplar em causa, ao abate
(que também tem um custo elevado por palmeira) e face ainda, à eficácia do
tratamento dado que se tem verificado que o insecto está a ficar cada vez mais
resistente aos agentes químicos e ao próprio nemátodo.
Se detectar algum caso, informe-se de imediato junto da
Câmara Municipal da sua área de residência, para que possa actuar aplicando
as medidas fitossanitárias de acordo com a legislação em vigor.
Sabia
que, com a aplicação OpenPD tem a
possibilidade de solicitar alertas sobre “epidemias potenciais”? Pode
descarregar a app e ver mais em http://www.openpd.eu/.
Fontes:
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