Para
os agricultores são uma praga a eliminar,
porque se alimentam das culturas, atacando desde flores, frutos, folhas e caules, a
rebentos, bolbos e tubérculos.
Já
para os amantes da gastronomia são um petisco,
que sabe bem de todas as formas – à portuguesa, à alentejana, à algarvia, de
cebolada, numa massada, como famosas caracoletas assadas com molho de manteiga
e limão ou recheadas e com sotaque francês a dizer “escargot”…
Mas existe uma outra visão sobre os caracóis e caracoletas,
aquela que faz da espécie Helix aspersa
um negócio rentável – a helicicultura.
A helicicultura, não é mais do que a
criação de caracóis terrestres com fim comercial, num ambiente natural ou controlado
(estufa), em que ao produtor se chama helicicultor.
Esta atividade, que já se desenvolve em Portugal há
alguns anos, e que é reconhecida pelos serviços de finanças com o CAE 01494, pode
ser uma alternativa de negócio ou complemento de rendimento, para pequenas e
médias explorações agrícolas.
E pode optar por criar um negócio de raíz, adaptar
instalações existentes ou simplesmente, adquirir um projecto já em funcionamento…
Deixamos-lhe
algumas dicas para que possa tomar decisões:
área –
deverá ter no mínimo entre 2000m2 a
5000m2 de área útil (aquela que é destinada à
criação de caracóis).
infraestruturas
necessárias – se for em abrigo, há que contar com o
investimento em estufas e a isto, acresce a criação de parques/refúgios com
vedações de sistema elétrico anti-fuga, mesas de secagem e purga, furo ou poço
(preferencial para o abastecimento de água), sistema de rega, armazém em
alvenaria de apoio à actividade e onde também se deve inserir uma câmara de
frio, …
matéria
prima para o desenvolvimento da atividade – água, alevins (caracóis
bebés que depois passam para a engorda), ração, sementes de couve e leguminosas
(para criação de zonas de alimentação natural).
mão-de-obra
necessária – para as áreas mencionadas e até 1ha, de 1 a 3 pessoas a
tempo inteiro, com necessidade pontual de contratação de mão-de-obra sazonal.
formas
de escoamento do produto – pode ser feito
através dos intermediários, distribuidores e retalhistas existentes em Portugal
ou através de cooperativas já implantadas. Mas devem verificar-se bem, quais as
condições associadas a uns e outros de modo a, não se criarem elos que vinculem
o produtor a uma só entidade. Se a produção for de excelente qualidade, há a
possibilidade de exportação para o mercado internacional, combatendo a produção
marroquina (mais barata, mas de qualidade inferior).
preço médio de venda praticado – o preço do kg de caracol adulto em Portugal oscila
entre os 2,5€ e os 5€ e é vendido para revenda pelo produtor, em estado vivo,
limpo, espurgado e embalado em sacos de 5kg.
Analise
agora as vantagens e desvantagens de 3 possíveis situações:
Abrimos-lhe o
apetite?
Cabe agora a si olhar
o mercado, avaliar melhor os custos de produção e os valores de venda da mesma,
as condições que tem para se iniciar numa actividade agrícola, etc.
Mas se quer mudar de
vida… pastar caracóis pode ser o começo! J
Se apenas os
considerar uma praga, pode sempre recorrer à app OpenPD que apoia a identificação de pragas e doenças das plantas.
Descarregue-a aqui de forma gratuita: https://goo.gl/JctYNg e participe no fórum.
0 comentários :
Enviar um comentário