Apesar de os portugueses ainda consumirem elevadas quantidades de alimentos dos grupos “carnes, pescado e ovos” e “óleos e gorduras” (a ingestão dos alimentos contidos nestes grupos não deveria ultrapassar os 5% e os 2%, segundo a Roda dos Alimentos), os hábitos alimentares estão a mudar…

Esta é a conclusão que pode ser extraída da Balança Alimentar Portuguesa (BAP) 2012-2016, uma vez que se notou um ligeiro aumento da ingestão de legumes, frutos e leguminosas secas.



É assim necessário apelar mais à dieta mediterrânica, Património Imaterial da Humanidade declarado pela UNESCO, em dezembro de 2013.
De acordo com os dados disponíveis do “Inquérito Nacional de Saúde 2014” verifica-se que, 4,9 milhões de portugueses consumiram, em média, 1,8 porções de legumes ou saladas por dia. E destes, as mulheres consumiam mais do que os homens (60,7% contra 48,8%), assim como, a população de uma faixa etária entre os 55 e 74 anos (60,8%).

Só 37,5% dos jovens entre 15 e 24 anos consumia diariamente legumes ou saladas.

Quanto ao consumo de fruta, o inquérito indica que cerca de 6,3 milhões portugueses (70,8%) ingeriram, em média, 2,3 porções diariamente, sendo este consumo menos frequente entre os jovens (dos 15 aos 24 anos) e mais frequente a partir dos 45 anos.
  
Mas não chega dizer às pessoas que devem ingerir mais legumes, frutos e leguminosas. É preciso apresentar produtos de excelência!

Porque hoje o consumidor está mais exigente, até as grandes cadeias de supermercados já estão atentas a este mudar de mentalidades – consumir menos, com maior variedade e de melhor qualidade, é o lema
E entre produtos de origem biológica, sem glúten, sem adição de açúcares, com menos sal, …, a oferta é grande.
E na base de tudo está aquele que produz, o agricultor, que também tem feito um esforço para obter produtos cada vez mais saborosos, recorrendo a menos químicos de síntese, promovendo a melhoria do meio ambiente e da saúde animal e humana. 

No quadro abaixo veja alguns dos produtos que começam a estar mais presentes nos pratos dos portugueses:

Produto
Nome científico
Benefícios p/ a saúde
Como escolher
Sugestão de uso
Abóbora manteiga
Cucurbita L.
Rica em vitaminas E, C e complexo B. Fornece fibras, potássio, ferro e cálcio. As suas características ajudam no combate ao cancro e ajudam à imunidade do corpo
Dê preferência as menores, com casca lisa e sem brilho
Em pratos quentes, cozida com casca e desfeita em puré. Salteada, estufada,… Para doces e bolos. Também é possível assar as sementes e consumi-las como aperitivo.
Curgete
Cucurbita pepo L.
Fonte de betacaroteno, vitamina C, ferro e cálcio. Além disso, tem uma casca rica em fibras e possui poucas calorias porque é composta de muito líquido. Indicada para hidratar o corpo, prevenir a osteoporose, evitar pressão alta e os problemas cardiovasculares.
Evite comprar as que estão rachadas e dê preferência às que estão mais brilhantes e rijas.
O ideal é consumir a curgete com a casca e cozinhá-la rapidamente para manter as propriedades. Indicada na preparação de sopas, refogados, pratos gratinados, saladas e suflês.

Batata doce
Ipomoea batatas
Rica em hidratos de carbono,  em vitamina A e C.
Evite as que forem muito retorcidas (por ser mais prático o corte) e as que tiverem polpa muito escura e zonas moles.
Usada para gratinar, saltear, para fazer puré, pães, bolos e doces de colher.
Beringela
Solanum melongena
Contém ferro, fósforo e manganês (indicado para as mulheres).
Deve ter um roxo intenso e brilhante evitando as que estiverem amassadas.
Pode ser recheada e feita no forno, salteada com outros legumes, cozida à vapor, …
Beterraba
Beta vulgaris L.
Rica em ferro e açúcares naturais.
Previne problemas do coração, o envelhecimento precoce. E tem grande poder antioxidante.
Escolha beterrabas mais pequenas (são mais saborosas), firmes e com as cascas mais lisa.
Usada em purés, sopa, salada, salteada com outros legumes, sumos,  …
Gengibre
Zingiber officinale
Usado para combater enjoos, tonturas, constipações e gripes.
Dê preferência ao gengibre maduro e liso.
Pode ser consumido seco, fresco, em conserva e em pó. Se guardar o gengibre fora do frigorífico, prefira um local fresco, se for dentro, evite os locais mais húmidos.
Usado em sopas, chás, bolos, …

Quando se fala em agricultura surge sempre o tema das pragas e doenças das plantas, como um dos grandes desafios a enfrentar.
Se tiver dúvidas, a aplicação para telemóveis OpenPD pode dar-lhe uma primeira ajuda, de forma simples e rápida, na identificação das mesmas.
Descarregue a app de forma gratuita em http://blog.openpd.eu/


Fontes:
https://goo.gl/35fjhN
https://goo.gl/oGaKxi
https://goo.gl/i6iI4M
https://goo.gl/XdzuWk
https://goo.gl/hjXcXV
https://goo.gl/2jp5vu



O conceito de agricultura sintrópica nasceu na década de 80, pela mão de Ernst Götsch, um agricultor suíço e estudioso destas matérias, que emigrou para o Brasil.
Este tipo de agricultura vai mais além do que a agricultura biológica, a agricultura regenerativa, a agroecologia ou até a permacultura, sendo constituído por um conjunto teórico e prático de um modelo no qual, os processos naturais são traduzidos para as práticas agrícolas por:
  • associar culturas agrícolas com culturas florestais (a plantação é orientada pela sucessão natural e pela estratificação);
  • trabalhar a favor da natureza e não contra ela;
  • recuperar os recursos em vez de explorá-los;
  • caminhar do simples para o complexo (sintropia = tendência dos sistemas naturais evoluírem no sentido de estruturas de organização cada vez mais complexas);
  • recuperar pelo uso, olhando para o todo (cosmovisão ou visão holística).


E neste modelo, não se considera que haja concorrência ou competição entre as espécies, há antes cooperação, sendo as pragas os “agentes de fiscalização do sistema”!



Segundo E. Götsch, no texto “Homem e Natureza” a agricultura sintrópica é “uma tentativa culta de conseguir o necessário para nos alimentarmos… sem empobrecer a vida na terra. Isto implica considerarmos um gasto mínimo de energia, onde não cabe maquinaria pesada, agroquímicos e outros adubos trazidos de fora do sistema. A agricultura, dessa forma, passa a ser uma tentativa de harmonizar as atividades humanas com os processos naturais de vida, existentes em cada lugar que atuamos. Para conseguirmos isto, é preciso que haja em nós mesmos uma mudança fundamental, uma mudança na nossa compreensão da vida.”  



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Fontes: